Ano III - 2011/2013 - Um Blog Ivson de Moraes Alexandre - Católico Apostólico Romano - Volta Redonda/RJ - Brasil.

sábado, 26 de novembro de 2011

O ADVENTO



A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para toda a Igreja, a vivência do mistério de espera e preparação da vinda de Cristo. Neste tempo celebramos nas primeiras semanas a espiritualidade de espera da segunda vinda, e nas semanas mais próximas a seu fim a preparação para as solenidades de sua primeira vinda, seu nascimento.

É Momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.

O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.

Esse Tempo possui as duas características já citadas: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.

Origem

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Teologia do Advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15) . O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos. O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.

A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referencia e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.

Espiritualidade do advento

A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus!

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

As Figuras do Advento:
ISAIAS

É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 - 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados.

As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.

JOÃO BATISTA

É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).

A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-lO como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.

João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.

MARIA

Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de "Faça-se em mim segundo a sua Palavra" (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc.

Em Maria encontramos se realizando, a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.

JOSÉ

Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi".

José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.

A Celebração do Advento

O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.

As vestes litúrgicas (casula, estola etc) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal com exceção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e se refere a segunda leitura que diz: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto.(Fl 4, 4).

Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser pendurada no prebistério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. O círculo sem começo e sem fim simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

Podemos também, em nossas casas, com as nossas famílias, mergulhar no espírito do Advento celebrando-o com a ajuda da coroa do Advento ou com a Escada do Advento que pode ser colocada ao lado da mesa de refeição.

Assessoria Litúrgica Shalom

domingo, 6 de novembro de 2011

Objetos Liturgicos - Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR)



ALTAR

A mesa em que o padre celebra a "Eucaristia". É o centro de toda a liturgia. O altar deve estar revestido com uma toalha branca, sobre a qual se colocam o crucifixo e as velas acesas.



ÂMBULA OU CIBÓRIO

É uma vasilha de diversos formatos e tamanhos com tampa. Destina-se a colocar as hóstias consagradas que serão distribuídas ao povo. É também usada para guardar as hóstias consagradas que sobrarem, as quais serão depositadas no sacrário.



ASPERSÓRIO

Pequeno bastão de metal com o qual se asperge água benta sobre os fiéis.




CALDEIRA DE ÁGUA BENTA

Vasilha onde se coloca a água benta com o qual aspergirá os fiéis.




Cálice

Foi usado por Jesus na última ceia. É um dos objetos mais sagrados da igreja, porque se destina a receber o sangue de Cristo após a consagração.




CASTIÇAL

Objeto usado para colocar as velas durante a Santa Missa.




CASULA

Espécie de manto que o presbítero usa sobre a alva ou a túnica para a celebração da Missa. A cor varia conforme o tempo litúrgico. É também conhecida com o nome de "planeta".

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Verbum Domini: saiba mais sobre documento escrito pelo Papa


A igreja colocou nas mãos dos católicos desde o ano passado um documento no qual o Papa Bento XVI traz orientações precisas a todos os que desejam, de fato, se aprofundar na Palavra de Deus. Trata-se da exortação pós-sinodal Verbum Domini, publicada pelo Vaticano em 30 de setembro de 2010, após o Sínodo sobre a Palavra de Deus, realizado em outubro de 2008.

O documento é divido em três partes: Verbum Dei, Verbum Ecclesia e Verbum Mundo. O Papa leva o fiel a fazer um percurso desde a explicação do significado do Verbo, ou seja a ‘Palavra de Deus’, à maneira como cada batizado é chamado a encarnar o ensinamento evangélico na sua vida e a anunciá-lo.

Uma curiosidade é que o Papa fez questão de enfatizar as palavras "relacionamento" e "encontro", que aparecem mais de 40 vezes nas 386 páginas do documento. O decano da Faculdade de Teologia da Universidade Pontifícia Salesiana (UPS), em Roma, padre Giorgio Zevini, que participou do Sínodo de 2008 que deu origem à exortação pós-sinodal, explica porque o Pontífice privilegiou estas duas palavras na Verbum Domini.

"O Papa tem muito no coração que entre Deus e o homem se supere toda distância. Deus nos quer para si. Cada um de nós é capaz de escutar e de responder ao chamado de Deus e à Sua palavra. O homem foi criado na palavra e vive na mesma: ele não pode entender a si mesmo se não se abre a este diálogo com Deus, que é um colóquio de amor.", explicou padre Zevini.

O Biblista, que é professor de Ciências bíblicas na Universidade Salesiana Pontifícia de Roma, ao falar sobre a força da Sagrada Escritura, a qual conduz o homem a um estreito contato com Deus, elenca os frutos gerados deste relacionamento entre o Criador e o homem.

"A palavra valoriza o homem, não mortifica os nossos desejos autênticos, mas os ilumina, purificando-os e levando-os à complementariedade. Resta a nós abrir a mente e o coração à ação do Espirito Santo que nos faz entender a Palavra de Deus presente nas Sagradas escrituras”, disse.

Entender a Palavra de Deus sem desligar-se da Igreja

A palavra de Deus gera uma relação de intimidade com Deus, um diálogo capaz de transformar a vida da pessoa, segundo afirmou o biblista nos parágrafos precedentes. Por trás da mesma palavra, existe uma Igreja que por séculos sempre foi cuidadosa quanto a assimilação e difusão dos textos sacros. Muitos chegam a dizer enfaticamente: "Eu leio a Bíblia sozinho e tento vivê-la, não preciso ir à missa”. Padre Zevini, baseando-se na própria Palavra e no ensinamento da Igreja Católica, explica se este caminho de conhecimento deve sempre ser feito de forma individual.

“A escritura deve ser lida e compreendida “in Ecclesia” (na Igreja). Deus nos fala em muitas realidades, como na Sagrada Escritura, nos sacramentos, na comunidade, na história. Naturalmente a referência à liturgia como lugar privilegiado da escuta na fé tende a ligar a Palavra de Deus ao sacramento fonte e cume de toda a vida da Igreja. Na liturgia, a palavra de Deus é celebrada como palavra atual e vivente”, afirmou.

domingo, 21 de agosto de 2011

Símbolos litúrgicos

Vestes dos ministros ordenados

Amito Vêm do (latim amictus, anaboladium): é um rectângulo de tecido branco, normalmente de linho ou algodão e com uma cruz ao meio, tendo fitas ou cordões em duas das pontas. Serve para colocar à volta do pescoço, atando-se no peito com as fitas. Todos os ministros que vestem alva, podem vestir o amicto. O seu uso é obrigatório sempre que a alva ou túnica não cubra totalmente a roupa que se usa por debaixo na zona do pescoço.
O seu uso parece que não vai além do século VIII. A princípio colocava-se sobre a alva, e algumas vezes até sobre a casula e servia para cobrir a cabeça quando se ia ou vinha do altar; [...]. Hoje, segundo o rito romano, é o primeiro dos paramentos sagrados; colocado sobre as espáduas, fica entre as vestes ordinárias e a alva e restantes vestes sagradas. Colocava-se sobre a cabeça, simbolizando o capacete da fé, com que estamos armados contra as tentações; envolvendo o pescoço e protegendo-o contra os acidentes do ar, significa a moderação da voz, a prudência e discreção nas palavras. VASCONCELOS, Dr. António Garcia Ribeiro de, Compêndio de liturgia romana, vol. I, p. 99.
Ao vestir o amicto o ministro diz: "Senhor, colocai sobre a minha cabeça o capacete da salvação, para que possa repelir todos os assaltos diabólicos."
  • Alva ou túnica (lat. alba): é geralmente de tecido branco e cobre todo o corpo até aos pés. Veste-se sobre a batina ou outra roupa ordinária e sobre o amicto (se for usado). Simboliza a túnica branca vestida a Jesus Cristo em casa de Herodes. Além disso simboliza pela sua cor a pureza, candura e santidade de vida que deve ser apanágio do sacerdote; o linho, naturalmente impuro, mas embranquecido à custa de muitos esforços e trabalhos, completa o símbolo. VASCONCELOS, Dr. António Garcia Ribeiro de, Compêndio de liturgia romana, vol. I, p. 99.
Ao vesti-la o sacerdote diz: "Fazei-me puro, Senhor, e santificai o meu coração, para que, purificado com o sangue do Cordeiro, mereça gozar as alegrias eternas." Neste momento, o sacerdote despoja-se daquilo que é e, não obstante as suas falhas e pecados, ele celebrará na pessoa do próprio Cristo.
É importante não confundir a alva ou túnica com a batina, esta é de cor preta ou de outra cor (de acordo com dignidade eclesiástica) e usada por clérigos e seminaristas. A alva é usada apenas no momento da celebração e é sempre de cor branca ou clara (pérola, gelo, creme...).
Cíngulo ou cordão (lat. cingulum, baltheus, zona): é um cordão comprido que se usa como cinto; serve para cingir à cintura a alva.
O cordão é tão antigo como a alva; enquanto os próprios leigos usaram amplas túnicas, cingiam-se sempre com cintos ou cordões, sendo até considerado como sinal de desleixo e desonestidade o aparecer alguém em público sem andar cingido. Lembra as cordas com que foi preso Jesus no horto, e com que o ataram à coluna, bem como os instrumentos da flagelação. Também simboliza a continência e castidade a que são obrigados os ministros do santuário. VASCONCELOS, Dr. António Garcia Ribeiro de, Compêndio de liturgia romana, vol. I, p. 100.
O padre distingue-se pela Estola, que é a faixa vertical que desce do pescoço paralelamente e significa o poder da autoridade sacerdotal. A cor da estola varia de acordo com o tempo litúrgico.
Casula Usadas pelos Bispos, Papa e sacerdotes. É uma espécie de capa ou “poncho” . A cor varia conforme o tempo litúrgico mas com tonalidades mais vistosas e brilhantes, as vezes também pode ser dourada ou prateada, substituindo o Branco. É uma veste solene, devendo ser usada em dias especiais ou festivos, mas também em dias comuns, ao menos pelo sacerdote que preside à celebração a estola sempre deve estar por baixo.

Objetos e locais

  • Altar: representa a mesa da Ceia do Senhor, onde Jesus instituiu a Eucaristia juntamente com seus discípulos e também o local do sacrifício do Cordeiro.
Geralmente fica num plano mais elevado para que possa ser visto por todos presentes
  • Toalha: Geralmente Branca, comprida, deve cobrir toda a mesa. Deve ser limpa, impecavelmente lavada e passada
  • Acitara: Véu usado na igreja para cobrir coisas sagradas.
  • Crucifixo: Sempre deve estar sobre o altar para lembrar que todo o mistério da redenção não deve ser separado da Eucaristia
  • Velas: A chama da vela significa a luz da Fé de todos os que estão presentes ali
  • Flores: Para ornamentação. Na época da quaresma e do Advento, exceto no Terceiro Domingo Gaudete, não se usam flores na Igreja.
  • Missal: Livro grande no qual o Padre segue a Missa. Ali está todo o rito da Missa, exceto as leituras do dia que estão em outro livro chamado Lecionário
  • Hóstias: Feitas de trigo puro sem fermento. Para os católicos depois da consagração são o Corpo de Jesus. A hóstia magna para o sacerdote é apenas para que possa ser vista de longe no momento da elevação. As pequenas são para a comunhão dos fiéis. Já estão fracionadas por praticidade e para que não se perca nenhum fragmento
Observação: Quem vai distribuir a Eucaristia deve antes purificar suas mãos, não apenas por questão de higiene mas também como sinal de purificação dos erros e pecados. Quando termina de distribuir a Eucaristia as mãos também devem ser lavadas (geralmente os dedos pois com eles que se pega a Eucaristia para distribuir) para que neles não fique nenhuma partícula.
  • Vinho: Deve ser puro de uva, sem acréscimo de álcool (apenas o álcool natural da própria uva). Após a consagração será o sangue de Jesus.
  • Cálice: Usado por Jesus na última Ceia, o cálice é um dos mais importantes objetos usados. Destina-se a receber o sangue de Jesus, sob a espécie do vinho. Os Cálices e outros Vasos Sagrados destinados a receber o Corpo e o Sangue de Cristo, tenham copa feita de matéria que não absorva líquidos, quebrem nem se alterem facilmente.
E também, sejam de Metal e sejam normalmente dourados por dentro, tratando-se de um metal oxidável; quando de metal inoxidável ou mais nobre que o ouro, não é necessária a douração.
Âmbula: Ou cibório. É semelhante ao cálice mas contém uma tampa. Nela colocam-se as hóstias para a distribuição e após a Missa são guardadas no sacrário . Podem ter diversas formas. São geralmente pratas ou douradas, e geralmente de material oxidável e dentro dourada.
Patena: É um pequeno prato bem raso. Sobre ele se coloca a hóstia usada pelo celebrante.
Pala: Um quadrado de cartolina revestido de tecido branco e serve para cobrir o cálice para não cair impurezas (poeira ou bichinhos) durante a Missa.
Sanguíneo: Uma "tira" ou toalha feita de linho segundo a Conferência Episcopal um pouco mais comprida branca. Serve para enxugar o interior do cálice e da âmbula. E também limpar a borda caso escorra. Nele o sacerdote enxuga os dedos e os lábios.
'Corporal: Uma toalha branca quadrada de linho e engomada. Chama-se corporal porque sobre ela se coloca o Corpo do Senhor que estão na âmbula e no cálice. É estendido pelo Sacerdote ou Diácono no centro do altar. Sobre ele ficarão as hóstias que serão consagradas no centro do altar. O Corporal recorda também o Santo Sudário onde foi envolvido Jesus logo que foi descido da cruz. Quando a comunhão é levada a doentes em hospitais ou em suas residências, os ministros cobrem a mesa com o corporal e colocam sobre ela a Teca com as hóstias já consagradas.
Manustérgio: Vem da palavra latina Manus que quer dizer mão. Uma toalha usada para enxugar as mãos dos ministros e sacerdotes durante a Missa.
Galhetas: São duas jarrinhas de vidro que ficam sobre o altar. Numa vai a água e na outra o vinho ainda não consagrado.
A água usada na celebração deve ser pura e natural. Serve para purificar as mãos do sacerdote após o ofertório, e dos ministros antes e depois as distribuição da Eucaristia. No momento da purificação o sacerdote profere baixo essas palavras: ”Lavai-me Senhor das minhas culpas e purificai-me dos meus pecados”
A água também é colocada no vinho (apenas algumas gotas) no momento do ofertório, antes da consagração para simbolizar a união da humanidade com a divindade de Jesus. Também é usada para purificar o cálice e a âmbula.
Sacrário: Palavra latina Sacrarium, significa lugar onde se guardam as coisas sagradas. Chamado também Tabernáculo, o sacrário é o lugar onde se conservam as hóstias já consagradas na Missa. O sacrário deve ser um recipiente seguro, bem fechado (a chave) e ornamentado. Deve ser colocado em lugar de honra nas Igrejas e capelas.
Luz ao lado do sacrário: geralmente vermelha significa que Jesus está ali presente
Ostensório: Estojo redondo, dourado ou prateado, artisticamente emoldurado (em forma de resplendor) e enfeitado, com pedestal e suporte. Uma hóstia grande é colocada bem no centro para ser vista pelos fiéis através do vidro redondo e ao mesmo tempo ficar protegida nas procissões ou adoração eucarística. É usado também quando o Sacerdotes dão a Benção solene com o Santíssimo Sacramento.
Teca: Recipiente redondo em forma de uma hóstia, feito de cor prateada ou dourada e deve ser feito de material digno e sólido segundo a Conferência Episcopal ou Costumes da região para outro material. Nela se guarda o Corpo de Cristo, para visitas aos Enfermos ou Viático.
Turíbulo: recipiente onde se queima o incenso usado nas celebrações litúrgicas, deve ser feito de metal e contém um "rito" próprio para seu uso com certas orações.
Naveta: recipiente onde fica o incenso antes de ser queimado no turíbulo, tradicionalmente tem formato de uma barca.
Liturgia: É o conjunto de cerimônias religiosas que foirmam o culto público e oficial que a Igreja presta a Deus.
Rito Significa Regra, forma de proceder durante as celebrações litúrgicas. O Rito mais usado pela Igreja Católica é o Romano, mas em outras existem outros ritos anteriormente explicados.
Curiosidades: Poucos sabem a forma como são lavados os panos usados na Missa (Sangüíneo, Corporal e Manustérgio).
Por conterem partículas da hóstia consagrada e do vinho consagrado elas são colocadas primeiramente de molho sem sabão, apenas com água separadas de outras peças.( e o sabão deve ser neutro)
A água onde elas ficaram de molho é jogada em uma terra ou vaso que contenha terra, ficam de molho novamente, a água vai novamente para a terra e depois sim lavadas com sabão normalmente.
Da mesma forma toda a água usada na Missa para purificação dos objetos e mãos não é jogada fora de qualquer forma e sim jogadas em vasos com terra ou diretamente na terra (poucos católicos sabem dessa prática)

sábado, 9 de julho de 2011

A ESTRUTURA DA MISSA CATÓLICA



A missa, na acepção simplificativa popular, é a celebração dominical comunitária do mistério pascal.

Ela é essencialmente, uma memória do evento em que Cristo passou do estado de fraqueza e de enfermidade na carne ao estado de glória, no qual o Pai o constituiu Senhor da história e do cosmo e "espírito vivificante" para toda criatura.

Uma missa católica geralmente contém cinco partes bem definidas:

- RITOS DE ENTRADA:

Compostos pela "saudação trinitária" pronunciada pelo sacerdote, a quem se une a assembléia; pela recíproca "confissão comunitária"; pela "imploração" da divina misericórdia com o canto do "Kyrie", alternado entre o celebrante e os fiéis; e o hino de louvor do "Glória", recitado pelo celebrante juntamente com os fiéis

- LITURGIA DA PALAVRA

contém o "salmo responsorial", escandido entre leitor e comunidade, o "canto aleluítico", que precede a "liturgia Verbi" extraído de um dos quatro evangelistas segundo o ciclo anual; a esta segue a "homilia", meditação aprofundada da proclamação da Palavra. A profissão de fé com o "Credo", recitado pela assembléia juntamente com o sacerdote, é como um grande e coletivo "Amém" a que se segue "a oração dos fiéis", intercessão pelas necessidades universais;

- LITURGIA EUCARÍSTICA

aqui começa a fase estritamente sacramental da celebração: a atenção litúrgica desloca-se do ambão para o altar por meio do "ofertório", ou seja, a oferta do pão e do vinho com a segunda oração presidencial, a "oração sobre as oferendas"; segue-se a "oração eucarística", que é recitada somente pelo celebrante. Terminado o prefácio, o celebrante convoca toda a assembléia ao tríplice louvor do "Sanctus" para se recolher em seguida na "palavra-memorial" ou epiclese consecratória sob intercessão do Espírito Santo, segue-se a grande oração das "intercessões", união da Igreja itinerante com a Igreja gloriosa, agradecimento e intercessão ao mesmo tempo.

- RITOS DE COMUNHÃO:

constam da oração comunitária do "Pai Nosso", ponte entre a consagração e a consumação do banquete; depois vem a "doxologia-aclamação" da assembléia, o augúrio e "a troca da paz", a "fractio panis" com a invocação no "Agnus Dei" e o convívio, sinal do banquete no Reino; terminam os ritos com a terceira oração presidencial, expressão de reconhecimento e súplica de eficácia do mistério celebrado;

- RITOS DE DESPEDIDA:

podem conter avisos do celebrante à comunidade, além da saudação final, do "a missa terminou, ide em paz" e da bênção, além de música final

terça-feira, 28 de junho de 2011

O que é liturgia?


Liturgia é a ação do Povo de Deus, reunido em Jesus Cristo, na comunhão do Espírito Santo.

É sempre uma celebração de Mistério Pascal, isto é, passagem da morte para vida, através de sinais, gestos e palavras. A liturgia é ação de Cristo na Igreja.

O ponto culminante de uma comunidade eclesial é a celebração comunitária, onde todos expressam sua fé comum; ouvem o mesmo Senhor, Salvador e Libertador; agradecem os favores de Deus; cantam as mesmas canções. Aí todos louvam a Deus e os laços do amor fortalecidos. Cresce a fraternidade e o Povo de Deus se reanima, sobretudo nos Sacramentos, para continuar a luta pela construção do Reino.

Nenhuma atividade pastoral pode realizar-se sem referencia à liturgia. Qualquer celebração tem sentido evangelizador e catequético. Toda ação pastoral terá como ponto de referencia a liturgia, na qual se celebra a memória e se proclama a atualidade do projeto de Jesus Cristo. (Conf. Doc. 38 —CNBB)

A celebração litúrgica, como a obra de Cristo Sacerdote, e da Igreja que é seu Corpo, é uma ação sagrada por excelência. Sua eficácia não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja. (Conf. SC 7)


Quando falamos de liturgia, temos presente:

• A Missa ou Celebração Eucarística;

• Celebração dos Sacramentos (batismo, crisma, eucaristia, penitencia, unção dos enfermos, ordenação, matrimonio);

• A Celebração dos Sacramentais (bênçãos, encomendação dos mortos...);

• A Celebração da Palavra ou Culto;

• A Liturgia das Horas;

• O Ano Litúrgico.

A necessária organização litúrgica.

Todos sabemos que nenhuma atividade na comunidade funciona sem um mínimo de organização. A liturgia não foge desta nescessidade. Para que a dimensão celebrativa funcione bem. Para que haja participação de todos, se faz necessário que alguém, uma equipe pense, planeje, prepare com carinho e dedicação.

As celebrações das comunidades, das paróquias e das Dioceses precisam de um grupo de pessoas, de uma equipe ou de várias equipes que prestem esse serviço comunitário. O primeiro critério que esta equipe ou pessoas devem ter presente, é o "Querer Celebrar Bem". Celebrar de tal modo que favoreça a participação de todos os presentes.

O Grupo litúrgico de nossa Paróquia tem como objetivos norteadores os de:
  • Reunir e refletir melhor o verdadeiro sentido da liturgia em nossa paróquia;
  • Estudar e aprofundar os temas litúrgicos;
  • Aprimorar sempre nossas liturgias.

    E como objetivos específicos temos:
  • Formar e animar equipes de Liturgia em cada pastoral;
  • Escolher cantos adequados ao tempo litúrgico;
  • Valorizar e resgatar nas celebrações os gestos de acolhida e de boas-vindas;
  • Promover curso de canto pastoral, Caminhar junto com a equipe de liturgia arquidiocesana;
  • Estudar documentos importantes da Igreja, tais como: constituição “Sacrosanctum Concilium”; Animação da Liturgia (CNBB) e outros;
  • Organizar um calendário paroquial de encontros de música sacra para todos os que estão envolvidos na liturgia da paróquia;
  • Despertar para a consciência da necessidade de uma liturgia inculturada;
  • Valorizar as festas de cunho religioso, devocional e popular.